Impressões: Hyundai Kona Hybrid é moderno, mas cobra pela eficiência
Bom pacote tecnológico e consumo baixo; porte e preço o colocam em desvantagem frente aos rivais

A nova geração do Hyundai Kona marca uma virada importante na estratégia da marca sul-coreana no Brasil. Depois de anos com presença tímida entre os modelos eletrificados, a Hyundai finalmente começa a montar um portfólio mais interessante. O Kona Hybrid chega para ser um dos primeiros representantes dessa nova fase — mais moderna e alinhada com as tendências de estilo e eletrificação.
O evento de lançamento no Brasil incluiu um test-drive breve, com um trajeto predominantemente rodoviário, que nos permitiu avaliar aspectos importantes de desempenho, consumo e comportamento dinâmico, suficientes para as (boas) primeiras impressões. Veja os detalhes:

O que é?
O novo Hyundai Kona Hybrid é um SUV compacto eletrificado que chega ao país em duas versões: Ultimate (R$ 214.990) e Signature (R$ 234.990). Ele se posiciona na faixa de preço mais alta da categoria, competindo com modelos híbridos como Toyota Corolla Cross XRX Hybrid, Haval H6 HEV e BYD Song Plus.
A nova geração cresceu significativamente em relação ao antecessor: são 175 mm a mais no comprimento total (4.355 mm) e 60 mm a mais de entre-eixos (2.660 mm). Esse aumento se traduz em um espaço interno bem mais generoso, sobretudo no banco traseiro, que era uma das principais críticas da geração anterior - o porta-malas agora tem bons 466 litros. Agora, o Kona se aproxima do porte e da habitabilidade de modelos como o irmão maior Hyundai Tucson.

Visualmente, o modelo traz um design ousado e futurista, com destaque para as faixas de LED horizontais na dianteira e traseira — uma da nova linguagem global Seamless Horizon da Hyundai. O conjunto óptico full LED, os vincos pronunciados nas laterais e as rodas de 18 polegadas com acabamento diamantado reforçam o apelo visual, especialmente na versão Signature.

Por dentro, o ambiente é moderno e funcional, com acenos ao ótimo Hyundai Ioniq 5. As duas telas de 12,3 polegadas, integradas no mesmo cluster flutuante, chamam atenção pela boa resolução e ergonomia. O uso de botões físicos para as principais funções do ar-condicionado e multimídia é um ponto positivo, facilitando o uso no dia a dia. O acabamento é bem-feito, com materiais agradáveis ao toque, embora sem qualquer pretensão . O destaque vai para o console central aberto e a alavanca de câmbio do tipo Shift by Wire, posicionada na coluna de direção — solução que libera espaço entre os bancos dianteiros.

Como anda?
O Kona Hybrid é equipado com o conjunto Kappa 1.6 aspirado GDI associado a um motor elétrico e câmbio automatizado de dupla embreagem com seis marchas (DCT). A potência combinada é de 141 cv, e o torque máximo soma respeitáveis 27 kgfm. Para efeito de comparação, o Corolla Cross híbrido entrega 16,6 kgfm do motor elétrico e 14,5 kgfm da unidade térmica.
Mais do que os números, o destaque é o funcionamento suave e bem coordenado do sistema híbrido. O Kona nunca opera apenas com o motor a combustão — o sistema sempre mantém algum nível de atuação elétrica, o que melhora bastante a eficiência energética. Em trechos urbanos ou com pouca demanda de potência, como vias abaixo de 50 km/h, o modo 100% elétrico prevalece, proporcionando economia e silêncio a bordo.

Durante nosso teste, que teve 80% do trajeto em rodovia, registramos consumo médio de 17 km/l — uma marca excelente para um SUV com esse porte. Em uso urbano leve, é fácil imaginar médias próximas ou até acima dos 18 km/l, como indicam os dados oficiais do Inmetro (18,4 km/l cidade e 16 km/l estrada).
A dirigibilidade também é outro ponto forte. O Kona tem uma suspensão traseira independente do tipo multi-link, que trabalha muito bem para manter o carro confortável e estável, mesmo em curvas de rodovias sinuosas. O acerto de suspensão é acertado para um uso familiar e urbano, mas sem comprometer o prazer ao dirigir. O SUV a boa sensação de solidez, mesmo em pisos irregulares.

O isolamento acústico também merece elogios. Em velocidade de cruzeiro ou em acelerações moderadas, o carro é muito silencioso, superior ao rival da Toyota. Só quando se exige mais desempenho, como em uma ultraagem ou subida acentuada, o motor 1.6 aspirado se faz notar, com um ruído típico de motores naturalmente aspirados operando em rotações elevadas. Ainda assim, nada que comprometa o conforto a bordo.
É um carro gostoso de dirigir. Ágil nas respostas, bem equilibrado em curvas e muito confortável para longos trechos. A posição de dirigir é fácil de ajustar e os comandos estão bem posicionados, com destaque para a visibilidade e apoio para o braço.
Quanto custa?
O novo Kona Hybrid chega em duas versões:
- Ultimate – R$ 214.990
- Signature – R$ 234.990
Ambas trazem o pacote completo de segurança ativa (ADAS), incluindo frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo e monitoramento de ponto cego. Os equipamentos de conforto incluem ar-condicionado digital de duas zonas, bancos em couro sintético, carregador por indução, saídas de ar e portas USB-C para o banco traseiro.

A versão Signature, além dos itens da Ultimate, acrescenta o conjunto óptico full LED com barra contínua de luz na dianteira e pintura especial em tom fosco (cinza Ecotronic Matte), além de outros acabamentos exclusivos.
Apesar da boa oferta de equipamentos, do visual e eficiência do conjunto híbrido, o posicionamento de preço pode ser um desafio. Na faixa entre R$ 210 mil e R$ 240 mil, há rivais de peso como o GWM Haval H6 HEV (a partir de R$ 219.000), o BYD Song Plus (R$ 235.800), além do novato Jaecoo J7 (R$ 229.990) e o próprio Corolla Cross XRX Hybrid (R$ 219.890).
O problema não é o produto — o Kona, tecnicamente, não faz feio frente aos concorrentes, ainda que seja um modelo HEV diante de rivais em sua maioria PHEV, com autonomia elétrica real e possibilidade de recarga na tomada, sem contar o porte e potência maiores. Assim, o custo fica elevado para um modelo que não ostenta uma imagem no Brasil. A boa notícia é que, ao contrário da primeira geração, o novo Kona tem muito mais consistência em todos os aspectos: espaço, conforto, desempenho, eficiência e tecnologia.
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