Avaliação: VW Nivus Comfortline 2026 é melhor que o Tera?
Até um rali de regularidade o SUV cupê enfrentou e surpreendeu
Em poucas semanas, a Volkswagen apresentará o Tera, seu novo SUV de entrada. Mas dentro da concessionária, ele enfrentará desafios, como o próprio Nivus Comfortline, hoje uma versão intermediária do SUV cupê, que custa R$ 143.490, valor próximo ao que é esperado para a versão topo do Tera. O que vale mais a pena?
Outra questão sobre o Nivus Comfortline é que não se perde tanto comparado ao Nivus Highline, de R$ 160.790, ou uma diferença de R$ 17.300, considerável pra quem compra um carro nesta faixa de preço, principalmente que temos o mesmo conjunto mecânico e os itens a menos não o desqualifica na hora da negociação.
O que muda no Nivus Comfortline?
No final de 2024 o VW Nivus sofreu uma leve reestilização, inclusive esta versão. Na dianteira, tem os mesmos faróis fullLEDs, mas não recebe o filete iluminado na grade, interligando as duas extremidades. No novo desenho do para-choque dianteiro, foram retirados os faróis de neblina e, com isso, foram inseridas novas entradas de ar funcionais, fazendo o Nivus ganhar em aerodinâmica e melhorando sua velocidade final, chegando a 192 km/h, contra 188 km/h antes da reestilização.
Na traseira as lanternas em LEDs agora são inteiriças, assim como no T-Cross, além do novo para-choque e logos escurecidos. Ainda na parte externa, o Nivus Comfortline conta com racks de teto na cor preta e rodas na cor grafite aro 16" com pneus 205/60.
No interior, os bancos em tecido contam com a escrita Nivus estampado no encosto e detalhes azul na costura do banco. O recebeu o quadro de instrumentos digital de 8" e multimídia VW Play com tela de 10", com Apple CarPlay e Android Auto com conexão sem fio. No pacote, temos carregamento de celular por indução (com ventilação a partir da linha 2026), volante multifuncional com shift-paddles e regulagem de altura e profundidade, chave presencial, botão para partida e tomadas USB tipo C na dianteira e traseira.
Mesmo como uma versão intermediária, o pacote de segurança do Nivus Comfortline é bom, com 6 airbags (2 frontais, 2 laterais nos bancos dianteiros e 2 de cortina), ar-condicionado automático, vidros elétricos dianteiro e traseiro com sistema “one touch”, retrovisores elétricos com função "Tilt down" no lado direito, piloto automático adaptativo e frenagem automática de emergência.
Como opcional, o Nivus Comfortline pode receber as rodas de 17" com pneus 205/55 (R$ 2.050) e a VW Play Connect, com serviços conectados (R$ 1.590), o que leva seu valor completo aos R$ 147.130 - ainda mais barato que o Nivus Highline.
Para gastar menos sem eletrificação
Com as novas normas de emissões do Proconve L8, vigentes desde janeiro, os veículos sofreram recalibração para reduzir as emissões de gases poluentes e alinhar o Brasil com os padrões internacionais. O Nivus manteve o mesmo conjunto com câmbio automático de seis marchas e a motorização 200 TSI com 116/128 cv a 5.500 rpm, e torque de 20,4 kgfm entre 2000/3.500 rpm com os dois combustíveis.
Porém as mudanças para atender as novas normas de emissões ficaram para a nova calibração na parte do catalisador, e no tanque de combustível que ou de 52 litros para 49 litros, justificativa para o novo controle de emissões evaporativas (ORVR), reduzindo a evaporação de combustíveis e ocupando o espaço interno do tanque. Mesmo com a redução do tanque de combustível, a autonomia aumentou, devido ao melhor consumo e aerodinâmica do novo parachoque dianteiro.
Nos testes de consumo realizados, fizemos com etanol 7,4 km/l no trecho urbano e 10,2 km/l no trecho rodoviário. Já com gasolina, conseguimos 10,2 km/l no urbano e 16,9 no trajeto rodoviário. Essas mudanças na calibração foram percebidas nas respostas do acelerador, que ficaram bem mais lentas, principalmente em saídas de semáforos ou retomadas. Outra percepção foram as trocas de marchas cedo, próximas a 2000 rpm, onde em 45 km/h o Nivus já esta em quarta marcha.
Rally de Regularidade!
Participamos de um Rally de Regularidade noturno organizado pelo Trip in Rider no Autódromo de Interlagos com o NIvus. O objetivo do rally em circuito é fazer as voltas o mais regular possível, ando pelos setores da pista sempre nos mesmos tempos em cada volta. Quem for o mais constante nos tempo a cada volta é o vencedor.
Buscando sempre novos desafios, participar de um rally de noite em Interlagos já seria uma novidade, somado com a chuva, se tornou uma experiência inédita. Como navegadora, Olivia Nogueira, do Motorsport.com, que já participou de outros ralis de regularidade, porém também seria uma nova experiência por ser a primeira vez dela andando no autódromo de Interlagos.
Ao sair dos boxes, a primeira impressão positiva do Nivus foi a sua iluminação. Os faróis em LEDs iluminavam muito bem a pista molhada, mesmo não tendo mais os faróis auxiliares no parachoque. As lanternas traseiras também em LEDs e agora inteiriças, outra novidade, certamente ajudaram para quem vinha atrás. O conjunto de suspensão Mherson na dianteira e eixo de torção na traseira, ou segurança e estabilidade, sem aquela sensação de oscilações em curvas. Os pneus e freios a discos dianteiro e traseiro, também aram uma dirigibilidade confortável, precisa e segura, tanto em curvas e frenagens.
Em acelerações e retomadas, o Nivus sentiu uma demora nas respostas por conta da nova calibração das normas de emissões do Proconve L8. Porém tinhamos a missão de fazer as voltas no tempo de 3 minutos e 10 segundos, se tornando um eio noturno com chuva. Após diversas voltas, ficamos a espera do resultado e premiação e para a nossa surpresa, conseguimos um terceiro lugar no rally, aliado com a experiência de testarmos o Nivus em pista noturna e molhada.
Nivus ou Tera?
Mesmo com a chegada do Tera, o Nivus se diferenciará pelo motor 1.0 turbo mais potente e, provavelmente, um refinamento maior em acabamento, por exemplo. O Nivus Comfortline fica, se confirmado o esperado, na mesma faixa do Tera topo, com qualidades e características distintas.
Por outro lado, dentro da sua linha, o Nivus Comfortline é interessante ao ser consideravelmente mais barato que o Highline e não perder muitos equipamentos, principalmente os importantes e mais relevantes. É uma boa escolha.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
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