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Teste: Jeep Commander Overland 2.2 TD 2025 evolui com novo motor

SUV trocou o 2.0 pelo 2.2 e é o único turbodiesel da marca no Brasil

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Depois que recebeu o 2.0 turbo de 272 cv, ficou bem claro o gap entre as motorizações do Commander. Em uma ponta, o 1.3 turbo T270, o mesmo de Renegade e Com, que se mostrava limitado, e o então recém-apresentado 2.0 Hurricane, que entrega números respeitáveis de desempenho, mas assusta no consumo. Entre eles, um 2.0 turbodiesel que já devia em potência e torque para o porte de um SUV de sete lugares, com 170 cv e 38,7 kgfm, sem muito brilho. 

É aqui que este novo Commander a diesel se encaixa. Com a adição do novo 2.2 turbodiesel, agora apenas à versão Overland, a potência e o consumo de todas as versões do SUV se equilibram, oferecendo finalmente diferenciais claros para cada tipo de consumidor, justamente algo que faltava nesta faixa de preço e comprador.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025

A configuração testada, com preço de R$ 309.990, é hoje a forma mais barata de entrar no universo dos utilitários esportivos com motorização a diesel — e também a única disponível entre os Jeep no Brasil, já que Renegade e Com já perderam seus 2.0 turbodiesel. 

É um preço alto, sim. Mas, considerando a concorrência cada vez mais restrita, ainda há uma diferença considerável para outros modelos, todos derivados de picapes com chassi sobre carroceria, mais robustos em terrenos difíceis e off-road, mas que comprometem o conforto no uso diário, onde a maioria desses clientes efetivamente circula.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Conforto de carro de eio

No Commander, graças ao uso da plataforma Small Wide 4x4 (a mesma do Com), o rodar é macio e previsível, até mesmo para quem não está acostumado com os mais de 4,7 metros de comprimento e 2,70 metros de entre-eixos. Comparado ao seu irmão menor, o Commander exige mais atenção em curvas fechadas e paciência ao estacionar, mas ainda se sai melhor nesse quesito do que outros concorrentes a diesel, consideravelmente maiores e vindos das picapes.

Assim como a motorização a diesel, o Commander também é o único entre os primos fabricados em Goiana (PE) a oferecer opção de sete lugares. A versatilidade, no entanto, tem seu preço: os dois assentos da última fileira, quando abertos, oferecem pouco espaço, sendo indicados para crianças ou ageiros menores, enquanto o porta-malas cai de generosos 661 litros para apenas 233 litros.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Esse cenário ficou claro em uma das "provas de resistência" que fiz com ele. Em um fim de semana, para testar sua capacidade de transportar pessoas e cargas ao mesmo tempo, reuni toda a família dentro do Jeep, configurado na bela cor Azul Jazz, para encarar uma das tarefas mais comuns do dia a dia: as compras do mês.

A ideia era levar as compras de três casas divididas em três carrinhos, além de cinco adultos e uma criança — tudo sem apertos. O resultado: foi necessário fazer duas viagens, já que o espaço restante no porta-malas não comportou nem um dos carrinhos.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Não é exatamente um defeito exclusivo do Commander. Quase todos os veículos de sete lugares que não sejam minivans de grande porte, como o Kia Carnival ou o Chrysler Pacifica, sofrem do mesmo problema. Por isso, também não é incomum ver alguns desses SUVs rodando com baús instalados no teto.

O irmão rico

Se o espaço na última fileira é limitado, o mesmo não pode ser dito da parte dianteira. Aqui, o parentesco com o Com é evidente, e isso é bom. O central é o mesmo que o irmão menor recebeu em 2021, mas com acabamento mais refinado, como a faixa central em suede marrom.

Há ainda sistema de som assinado pela Harman-Kardon, com subwoofer e nove alto-falantes, acompanhado da central multimídia Uconnect de 10,1". A navegação é boa, com interface fluida e informações bem organizadas, embora, por mais de uma vez, tenha tido dificuldades em conectar o Apple CarPlay sem fio ao meu celular.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Os bancos combinam couro marrom com partes em suede. Os dianteiros têm ajuste elétrico, com memória para o motorista. Já na segunda fileira, os trilhos deslizantes permitem ampliar o espaço para as pernas de quem vai atrás ou para a bagagem. No geral, o bom pacote de equipamentos permanece praticamente o mesmo, e as mudanças visuais se resumem às novas rodas de 19" e à ausência do emblema de torque, presente nas demais versões.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Ele continua oferecendo suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas, freio de estacionamento eletrônico, três modos de condução, páginas de medição off-road, sete airbags, monitoramento de ponto cego, assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo com frenagem de emergência, detector de fadiga e comutador automático do farol-alto.

Fôlego bem-vindo

A principal novidade do Commander diesel 2025 está, de fato, sob o capô. Assim como na Rampage, o novo 2.2 Multijet II deu mais fôlego e suavidade ao modelo. É um motor mais moderno — uma evolução do antigo 2.0 turbodiesel — com sistema de injeção mais eficiente, turbo de geometria variável e coletor de issão variável. Saem os 170 cv e 38,8 kgfm; entram 200 cv e 45,9 kgfm.

O novo propulsor exigiu ainda outras mudanças, como o novo sistema de escape e a adoção do mesmo sistema de injeção de Arla 32 da Rampage. Da picape também vieram os discos de freio dianteiros maiores. Já por conta do maior torque, a relação das marchas do câmbio automático foi alterada — agora, todas as nove marchas têm relações 14% mais longas.

Jeep Commander Overland 2.2T Diesel 4X4 2025
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Não que o antigo 2.0 não desse conta do recado, mas com quase duas toneladas (1.943 kg), o Commander precisava de um motor que trabalhasse melhor com seu porte. E a Jeep conseguiu isso. Em dados oficiais, o tempo de 0 a 100 km/h caiu de 11,6 para 9,7 segundos — número que conseguimos repetir nos nossos testes. Nas retomadas, com menor turbolag e mais torque, os tempos aram da casa dos 9 para os 7 segundos.

O consumo também surpreendeu. Na cidade, as médias chegaram a 10,4 km/l — cerca de 0,1 km/l a mais do que o informado pelo Inmetro. Já na estrada, os números foram ainda melhores: 15,5 km/l, contra os 13,4 km/l oficiais, um ganho superior a 2 km/l no uso real.

Fato é que o novo motor finalmente coloca o Commander onde ele deveria estar desde o início. E não se trata apenas de uma ficha técnica mais robusta, mas de um salto real em dirigibilidade, suavidade e prazer ao volante. Agora o SUV tem argumentos bem mais fortes para representar a Jeep no segmento de utilitários a diesel, sendo uma opção mais prática, confortável e usável no dia a dia do que rivais derivados de picapes, como o Mitsubishi Pajero Sport e a Toyota SW4. Cabe ao mercado decidir, agora, se ainda há espaço — e interesse — por esse tipo de proposta.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

Jeep Commander 2.2TD

Motor dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 2184 cm³, comando duplo, turbo, injeção direta, flex
Potência e torque 200 cv a 3.500 rpm; 45,9 kgfm a 1.500 rpm
Transmissão câmbio automático de nove marchas; tração integral sob demanda
Suspensão Mherson na dianteira, mola helicoidal na traseira; rodas de 19'' com pneus 235/50
Comprimento e entre-eixos 4.769 mm; 2.794 mm
Largura 1859 mm
Altura 1700 mm
Peso 1.943 kg em ordem de marcha
Capacidades porta-malas: 661 litros (5 lugares) e 233 litros (7 lugares); tanque: 61 litros
Preço de entrada R$ 309.990
Aceleração 0 a 60 km/h: 4.3 s; 0 a 80 km/h: 6.6 s; 0 a 100 km/h: 9.7 s
Retomada 40 a 100 Km/h: 6.9 s; 80 a 120 Km/h: 6.7 s
Consumo de combustível cidade: 10,4 km/L; estrada: 15,5 km/L (diesel)
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