Avaliação Hyundai Creta N-Line 2025: visual acima de tudo
De cara nova, SUV deixa tempos de visual polêmico para trás, mas esquece do motor condizente

Quando a Hyundai apresentou a segunda geração do SUV Creta, em meados de 2021, chamou atenção não por suas inovações técnicas ou pelo maior espaço interno, mas pelo visual polêmico. Apesar de exótico, conquistou o público e virou queridinho do varejo, mesmo longe de ser uma unanimidade sobre seu design.
Até que, em 2024, toda a linha do Creta ou por uma renovação que o deixou quase completamente reformulado. Sem dó, a marca coreana investiu pesado em novas estamparias em praticamente tudo o que você possa imaginar — do interior à traseira e dianteira — e o novo visual também alcançou a versão esportivada N-Line, talvez a mais diferente de toda a linha anterior, e que manteve o toque mais exclusivo em relação às demais versões.
Hyundai Creta N-Line 1.0 TGDI 2025
Diferente dos demais
Seus para-choques são exclusivos, com um design mais retilíneo, e a grade dianteira une visualmente os faróis, acompanhada por um aplique inferior mais elevado. Na traseira, o destaque é um falso difusor de ar, com direito a duas ponteiras de escape e um aerofólio em preto brilhante bem proeminente. As rodas de 17" continuam as mesmas do lançamento da segunda geração e, aqui, parecem deslocadas — pequenas demais para o porte e proposta do NLine.
Os faróis e lanternas são os mesmos da versão de topo, a Ultimate. No interior, o modelo também aposta em adereços típicos de carros esportivos, como a iluminação ambiente vermelha no central, além da predominância do preto no teto, colunas e bancos. Costuras vermelhas no volante, na manopla de câmbio e no apoio de braço central completam o acabamento, além das peças exclusivas da versão.

A qualidade do interior do SUV continua boa, com encaixes bem montados — ainda que os materiais transmitam uma aparência simples, já que o acabamento é dominado por plásticos duros, tanto no central quanto nas portas.
Nos equipamentos é onde a versão esportivada do Creta realmente se destaca, sendo a mais completa entre as que utilizam o motor 1.0 turbo. A boa notícia é que não é preciso subir para o motor maior para ter o a itens como teto solar panorâmico, ACC, banco do motorista com ventilação, carregador de celular por indução e freio de estacionamento eletrônico.


Em relação à versão Ultimate, o N-Line perde pouco: assistente de ponto cego (com luzes nos retrovisores e alertas), alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta de saída segura do veículo, retrovisor eletrocrômico e banco do motorista com ajustes elétricos são as ausências quando os comparamos.
Para quem está atrás de números, sinto dizer: o conjunto motriz é onde mora o calcanhar de aquiles do Creta N-Line. Se o 1.0 TGDI já não era dos mais espertos até a linha 2025, com a chegada das novas regras de emissão do Proconve L8 — que deixaram praticamente todos os carros vendidos no país mais fracos ou menos responsivos — ele ou a render ainda menos.

Antes, o motor entregava 120 cv de potência e 17,5 kgfm de torque, independentemente do combustível. Agora, com gasolina, a potência caiu para 115 cv. A cavalaria com etanol segue a mesma, assim como o torque para ambos os combustíveis e o câmbio automático de seis marchas. As respostas, contudo, ficaram menos diretas, e os 1.300 kg do SUV aram a pesar mais nas arrancadas.
A perda de fôlego do Creta também fica evidente em rodovias, especialmente quando é necessário realizar reduções de marcha. Ao lado da manopla de câmbio (que tem opção de trocas manuais), há três modos de condução: Sport, que deixa as respostas ligeiramente mais rápidas; o Normal e o Eco. Ao volante, a versão N-Line continua a apostar no equilíbrio entre o acerto mais rígido (embora sem nenhuma alteração específica para essa versão), mas ainda confortável.

Além do motor, outro problema é o preço: ao custo de R$ 187.950 reais, fica difícil justificar uma configuração que não é nem a topo de linha e que já começa a beliscar o preço de alguns SUVs médios de entrada, como o Toyota Corolla Cross e o Jeep Com.
Quando falamos dos seus principais concorrentes esportivados, o Chevrolet Tracker 1.2T RS conta com motorização maior e mais potência, na casa dos 140 cv. Enquanto entre os SUVs esportivos de verdade há ainda o Fiat Fastback 1.3T Abarth, com motor de 185 cv, que une o visual diferenciado e potência condizente com sua proposta.

Fiat Fastback Abarth

Chevrolet Tracker RS
Veredito? O Creta N-Line é como um tênis esportivo: tem visual diferentão, entrega certo conforto e atrai olhares — mas não espere desempenho de atleta. Se o visual chamativo e a lista generosa de equipamentos te convencem mais do que os números do motor, ele pode fazer sentido. Caso contrário, talvez valha a pena procurar algo que corra tanto quanto aparenta.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
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Hyundai Creta NLine
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