Já dirigimos: Novo Sandero Stepway 2021 muda da água para o vinho
Com base de Clio europeu e motor 1.0 turbo, ele eleva a expectativa pela versão nacional prevista para 2022

O Sandero é um sucesso na Europa. Apesar de concebido incialmente como uma versão hatch do Logan para a América do Sul (nasceu no Brasil no final de 2007), o modelo emplacou mais de 55 mil unidades no mercado francês em 2019. Isso o torna o carro mais vendido da França, à frente de modelos de renome como Peugeot 208, Citroën C3 e Renault Clio, por exemplo.
Mas o tempo a e Sandero já precisava de uma renovação para se manter à frente deste disputado pelotão. E pelo que vimos desta nova geração do Stepway, avaliado em primeira mão pelo Motor1.com França, a trajetória de sucesso tem tudo para continuar.
Sim, ele tem estilo
Para um carro que nasceu cortando custos onde era possível, o design não era necessariamente uma preocupação. Mas o fato é que o Sandero veio se embelezando ao longo dos anos e esta terceira geração surge com aparência de categoria superior. Os faróis e sua em LEDs têm muito a ver com isso, mas não é só, porque a grade, o capô e o frontal são totalmente novos. A traseira também faz jus ao carro: simples, robusta e arrumada.


Não vamos nos alongar no design do novo Sandero, apenas ressaltar que esta nova encarnação é de longe a mais agradável de se observar - e por aqui deve ficar ainda melhor com a "cara" da Renault. A versão Stepway (que no Brasil ganhou vida própria ao abandonar o nome Sandero) parece ainda mais refinada e completa. Também é um pouco mais alta que as demais versões, com aquele ar aventureiro que o público costuma curtir. Os críticos do modelo agora vão ter que focar em outra coisa...
Mais moderno e ergonômico
Ao sentar atrás do volante, as coisas também estão melhores. A Dacia (subsidiária romena da Renault) redobrou os esforços para aumentar seu mercado enquanto mantém os preços atraentes - uma aposta de sucesso. É claro que a qualidade dos materiais não é das mais incríveis, com plástico rígido para todos os lados, mas nada que chegue a comprometer.
Os fãs do controle de qualidade terão o prazer de acariciar a faixa de tecido que atravessa todo o , enquanto os designers focaram sua atenção para aperfeiçoar a ergonomia. Pode parecer besteira, mas agora existe um e para smartphone bem próximo da central multimídia - e imediatamente atrás, há uma porta USB. Isso torna a vida mais fácil.

Por falar em multimídia, a nova tela de 8" é destaque na parte central, em posição elevada. Os gráficos não chegam a ser perfeitos, mas a interface é intuitiva e ágil. O sistema pode ser conectado ao seu celular via Apple CarPlay ou Android Auto, além de permitir controlar uma série de funcionalidades do carro. Felizmente, porém, a Dacia optou por manter os comandos do ar-condicionado em separado, um pouco mais abaixo, o que é mais prático de operar. São três círculos com visores digitais, exatamente como no novo Duster que estreou no Brasil no 1º semestre deste ano.
Diante do motorista, nada de digital. O cluster ainda é "antiquado", com visores analógicos para velocímetro e conta-giros e uma pequena tela entre eles para o computador de bordo. O motorista pode navegar pelos menus usando o controle localizado atrás do volante.
A ergonomia melhorou bastante, com o o a todos os comandos de forma natural. O botão de ajuste dos retrovisores finalmente foi colocado na porta (era no ), ao lado dos comandos dos vidros, e (vejam só) o freio de estacionamento agora é elétrico. Sim, o Sandero europeu ficou bem mais refinado, ao ponto de receber ainda itens de tecnologia como monitor de ponto cego e frenagem automática de emergência. Já em termos de espaço, ele se mantém entre os melhores da classe, com um generoso banco traseiro e um amplo porta-malas de 410 litros (medição no padrão europeu).
Na estrada
Ao dar a partida, as vibrações entregam que estamos diante de um motor de 3 cilindros. No caso, a versão turbo do conhecido 1.0 SCe, que entrega 90 cv e 14,5 kgfm e está associado a uma transmissão automática do tipo CVT. Para os adeptos do manual, também é possível optar por uma caixa tradicional de 6 marchas. Esperamos que, no Brasil, este 1.0 turbo seja mais "vitaminado" para substituir o 1.6 aspirado - além do Sandero, deverá ser usado no Logan e no "SUVinho" Kiger (derivado do Kwid), além do irmão de base Nissan Magnite.


Desde os primeiros instantes de nossa avaliação, fomos surpreendidos pelo novo Stepway. Em primeiro lugar, e ao contrário do modelo anterior, a direção é muito suave. Isso porque agora o Sandero usa uma direção 100% elétrica, e não mais uma eletro-hidráulica como antes - que tinha um motor elétrico para tocar a bomba, mas a assistência permanecia hidráulica.
Conforme os giros sobem, as vibrações do tricilíndrico vão sendo atenuadas. Dirigimos um dia inteiro o novo hatch romeno (porém produzido no Marrocos), e o que podemos dizer é que ele correspondeu às nossas expectativas - talvez até mais.
Isso pode parecer uma surpresa, mas há uma explicação bem convincente: o Sandero anterior era baseado no chassi do antigo Clio de 1998, enquanto o novo dá um salto de duas décadas ao adotar a nova plataforma CMF do grupo Renault, que sustenta os novos Clio e Captur europeus. Isso muda tudo, e enfim o Sandero ficou prazeroso de dirigir.

O comportamento do novo Sandero é bem equilibrado. Flexível e confortável na autoestrada, ele se mostra um pouco mais firme sobre pisos degradados. Em velocidade normal de viagem, a carroceria permanece bem plantada ao solo e seus movimentos laterais e longitudinais não pegam o motorista desprevenido em nenhum momento. Sentimo-nos seguros e, mesmo após horas ao volante, o resultado foi positivo.
Quando o assunto é desempenho, no entanto, aí o motor destoa um pouco do conjunto. A potência de 90 cv é limitada para o porte do carro (basta comparar que o Chevrolet Onix brasileiro extrai 116 cv de seu 1.0 turbo e o VW Polo 1.0 TSI chega a 128 cv), de modo que as ultraagens devem ser bem pensadas.
As acelerações são lineares, mas o ponteiro do velocímetro demora a subir, corroborando com a marca de 14,2 segundos de 0 a 100 km/h informada pela Dacia. A máxima de 163 km/h também não é animadora, mas o consumo médio pode chegar a 16,2 km/litro de gasolina. Isso, claro, se você não resolver apertar um pouco mais o acelerador, pois em nossa avaliação a média ficou em bem menos otimistas 11,8 km/litro.

A combinação do motor limitado com o câmbio CVT faz o novo Sandero se dar melhor em um eio sem pressa, mas, mesmo assim, ele é ágil e mais divertido de dirigir que o anterior. E também ficou muito mais refinado, principalmente em termos de isolamento de ruídos. No modelo antigo, os clientes se queixavam do constante barulho de vento na estrada. A Dacia então instalou novas molduras nas portas e mantas mais absorventes no compartimento do motor. Embora ainda haja espaço para melhorias, está muito melhor que antes.
A conta
O veredicto da terceira geração do Sandero, como você pode ver, é mais do que positivo. O modelo deu um largo salto qualitativo e deverá manter seu caminho de sucesso mesmo no exigente mercado europeu. Digamos que agora ele não é apenas um carro de baixo custo, mas também tem argumentos sérios a apresentar sem, no entanto, sacrificar seus preços "apertados".
Por preços "apertados", entenda que estamos falando de valores entre 8.690 euros (equivalente a R$ 55.530) na versão 1.0 SCe aspirada de 65 cv até 15.290 euros (R$ 97.700) neste modelo Stepway CVT como o avaliado por nós. Claro que ainda não é possível traçar um paralelo de preço com a futura versão brasileira prevista para 2022, mas já é possível adiantar que, se mantiver os valores próximos do carro atual como fez na Europa, o Sandero enfim poderá voltar a fazer sucesso por aqui.
Pontos positivos | Pontos negativos |
---|---|
Visual simpático e moderno | Acelerações e retomadas |
Interior ergonômico | Vibrações em baixas rotações |
Conforto de condução | Qualidade dos plásticos do acabamento |
Galeria: Avaliação: Novo Renault Sandero Stepway (2021)
Dacia Sandero Stepway Confort
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