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De Bandeirante a Corolla: Toyota chega a 3 mi de carros feitos no Brasil

Bandeirante, Corolla e Etios marcaram fases distintas da marca no Brasil, que também anunciou novo ciclo bilionário de investimentos

Comparativo: BYD King vs. Honda Civic vs. Nissan Sentra vs. Toyota Corolla
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

A Toyota do Brasil acaba de atingir um marco histórico em sua produção: ao todo, desde o início de suas operações no país, a japonesa já produziu mais de 3 milhões de veículos. O feito foi alcançado com uma unidade do SUV médio Corolla Cross híbrido flex, lançado originalmente em 2021 e que é fabricado ao lado do Corolla sedã.

A história da Toyota no Brasil começa em 1958, como parte de sua estratégia de expansão global da marca. O país foi responsável pela primeira planta de produção fora de sua terra natal e produzia o utilitário Bandeirante, uma versão local do Land Cruiser FJ-251, que ainda é fabricado mundialmente. Por aqui, durante seus mais de 40 anos de fabricação, teve mais de 100.000 unidades produzidas.

Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país

1998 - Corolla foi o 1º carro de eio

Quase quarenta anos depois, a Toyota via a boa aceitação dos produtos importados que chegavam ao país após a reabertura do mercado no início da década de 1990. Inicialmente seus carros eram importados de maneira independente e, após 1992, de maneira oficial. Com a reabertura, chegavam os sedãs Corolla, Corona e Camry, que logo ganharam às ruas do país. Foi apenas em 1998 que a japonesa começaria a produzir localmente seu carro mais famoso, o Corolla.

Com investimento de US$ 150 milhões, o sedã médio ganhou uma planta toda nova na cidade de Indaiatuba, no interior paulista, para chamar de sua, chegando no terceiro trimestre de 1998. Inicialmente, seria produzido o Corolla europeu, importado para o país apenas no ano de 1997. Seu visual polêmico, entretanto, logo fez a japonesa mudar de rota e produzir a versão asiática do modelo, mais conservadora.

O estranho Corolla 97 europeu, que quase foi nacional

O estranho Corolla 97 europeu, que quase foi nacional

Foto de: Toyota
Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país

1º Corolla nacional, que adotou visual do asiático

Foto de: Toyota

Em sua primeira geração nacional, o Corolla era vendido apenas na carroceria sedã de quatro portas, com motorização 1.6 16v e 1.8 16v, a segunda contando ainda com opção de câmbio de quatro velocidades automático. Nas versões, era adotado o padrão XLi, para a de o, XEi intermediária e SE-G para a topo de linha.

A versão asiática também ficou um pouco maior do que o modelo vendido até então. No total, eram 4,39 m de comprimento e 1,40 m na altura contra os 4.29 m e 1.385 m, respectivamente, do Corolla importado.

Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país
Foto de: Toyota

2002 - A geração Brad Pitt

Já no fim de 2002, chegava a nona geração global e segunda fabricada no país. Apelidado de Brad Pitt, graças a um comercial feito com o ator estadunidense, o modelo foi responsável por desbancar a liderança do até então dominante Chevrolet Vectra. 

Era bem maior e mais refinado que seu antecessor. No comprimento, ia de 4,39 metros de comprimento para 4,53 m, enquanto o entre eixos ava de 2,46  para 2,60 m. Números bem expressivos.

Com ele, chegaria ainda a perua Fielder, em 2004, que tinha uma mistura única para o mercado brasileiro: possuía a frente do Corolla americano, como o sedã, e a carroceria de Station Wagon só produzida em outros mercados com o visual do modelo europeu. Seus principais concorrentes eram a já envelhecida Fiat Marea Weekend e as sas Peugeot 307 SW e Renault Megane Grand Tour. 

Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país
Foto de: Toyota

2008 - Evolução e motor 2.0

No fim de 2008, chegava a décima geração global e terceira fabricada no país, agora com design mais evolutivo e inspirado no irmão maior, o Camry. Pela primeira vez, o Corolla ava a ter faróis de xenon com lavadores, airbags laterais e de cortina, retrovisores rebatíveis e banco elétrico, ganhando maior refinamento nas versões mais equipadas para tentar bater o fenômeno New Civic, que chegou em 2006 e já ameaçava o sedã da Toyota em vendas. 

Em 2011, chegaria pela primeira vez o motor 2.0 flex de 153/142 cv com câmbio automático sequencial com borboletas no volante (ainda de 4 marchas), que ava a fazer parte do catálogo das versões XEI e Altis - que entrou no lugar da SE-G - enquanto em 2012 chegaria com um discreto facelift, focado em novos para-choques, grades e lanterna traseira.  

Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país
Foto de: Toyota

2012 - O Gol da Toyota 

Após anos apostando essencialmente nas vendas do Corolla e da picape Hilux (esta fabricada na Argentina), produtos com maior valor agregado, a montadora japonesa resolveu investir em um segmento até então inexplorado no mercado brasileiro: o de compactos.

Assim, em 2012, chegaria o Etios, um projeto focado em mercados emergentes como Índia, África do Sul e Brasil. Com o hatch e o sedã, foi inaugurado a fábrica de Porto Feliz (SP), onde eram feitos os motores 1.3 e 1.5, que mais tarde equipariam Yaris e Yaris Sedan, e de Sorocaba (SP), pelo Corolla Cross a partir de 2021 e pelo Corolla sedã desde 2024, quando a fábrica de Indaiatuba começou a ser fechada.

O Etios nascia inicialmente só com câmbio manual de cinco velocidades em ambos os motores e carrocerias, além do polêmico de instrumentos centralizado com visualização analógica. Com os anos, recebeu pequenas modificações de equipamentos e de usabilidade, como central multimídia e o volante aplicado no Corolla com comandos multifunção

Em 2016, para o modelo 2017, adotava novo visual dianteiro e um de instrumentos digital mais próximo do utilizado no elétrico Prius, além de melhorias na parte mecânica, com os motores 1.3 e 1.5 recebendo duplo comando de válvulas e possibilidade de serem associados a um câmbio automático de quatro velocidades.

Toyota do Brasil celebra 3 milhões de unidades produzidas no país
Foto de: Toyota

2015 - Novo Corolla 

Resolvendo muitas das críticas da geração anterior, que manteve o entre eixos em 2,60 m, a então nova geração do sedã chegava para a linha 2015 totalmente renovada, agora abandonando o visual inspirado nos Corolla dos EUA e buscando inspiração no modelo vendido no Velho Continente e na Ásia, que tinha posicionamento mais refinado. Nas medidas, o modelo crescia 8 cm em comprimento, ando a ter 4,62 metros. A largura permanecia a mesma (1,76 metros), enquanto o entre eixos crescia para 2,70 m. 

Outro ponto criticado, o câmbio de quatro marchas era finalmente substituído por um CVT de sete velocidades simuladas tanto na motorização 1.8 16v quanto na 2.0 16v. Com isso, melhoravam números de aceleração e consumo. Em 2017, chegaria uma leve reestilização, que promoveu pequenas alterações visuais concentradas principalmente na parte dianteira e na adição de novas rodas de liga leve.

Toyota Yaris 2023

2018 - Yaris 

Segunda ofensiva da japonesa na área de compactos, o Yaris chegou inicialmente como alternativa mais refinada ao Etios, que permanecia em linha nas versões mais baratas. Seus motores eram os mesmos, um 1.3 16v e um 1.5 16v, mas equipados com câmbio CVT, como o Corolla, não com o arcaico automático de 4 velocidades do carro mais barato. 

Nas dimensões, o hatch tinha 4,14 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,50 de altura, enquanto  o sedã contava com 4,42 m de comprimento e 1,47 m de altura, enquanto o entre-eixos é de 2,55 m (mesmo do hatch).

No fim de 2024, o modelo começou a ser feito somente para exportação na carroceria hatch, abrindo espaço para o SUV Yaris Cross.

Comparativo: BYD King vs. Honda Civic vs. Nissan Sentra vs. Toyota Corolla
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

2020 - Corolla Híbrido Flex 

Lançado em 2020, a geração atual do Corolla marcou época por ser o primeiro híbrido - do tipo pleno - a possuir sistema flex, ou seja, seu motor a combustão podia ser abastecido tanto com gasolina quanto com etanol. O propulsor, que tem origem no conjunto utilizado no Prius, foi um dos primeiros híbridos em carros não a ser vendido no país.

Já para as versões a combustão, o motor 2.0 16V aspirado virou padrão, mas agora com injeção direta de combustível. No câmbio, outra novidade: no lugar do antigo CVT com simulação de 7 velocidades, entra um CVT com a primeira marcha física e mais 9 simuladas. Nessa geração, o carro também ou a adotar suspensão traseira independente. Segundo a Toyota, desde o início da produção, em 1998, já foram mais 1,5 milhão de carros produzidos. 

Toyota Corolla Cross Hybrid XRX 2025 - panorama frontal
Foto de: Motor1.com

2021 - Corolla Cross

Seguindo o Corolla sedã, a Toyota ou a investir em uma nova carroceria mais versátil para o modelo a partir de 2021. É a primeira vez desde o fim da Fielder, em 2008, que a marca oferecia uma carroceria do Corolla além da três volumes. 

Nas medidas, o modelo possui entre eixos um pouco menor do que o derivado - são 2,64 m, como no hatchback GR Corolla, enquanto o sedã possui 2,70 m - mas compensa em altura e largura, tendo 1,62 m e 1,82 m, enquanto o sedã tem 1,78 m e 1,45 m, respectivamente. O entre-eixos menor e o fato de ter suspensão traseira por eixo de tração ao mesmo tempo em que é mais caro que sedã foram críticas ao SUV desde o lançamento.

Toyota Yaris Cross (Tailândia)
Foto de: Motor1.com

Novo ciclo de investimento 

O marco histórico acontece em meio a um dos momentos mais especiais da história da Toyota no Brasil: recentemente a empresa anunciou o maior ciclo de investimentos da história da marca no país, totalizando R$ 11,5 bilhões.

Este investimento será destinado a construção de uma nova fábrica em Sorocaba, permitindo a ampliação da capacidade de produção de veículos e motores, além da introdução de novos modelos equipados com a tecnologia híbrida flex plena da marca, como o Yaris Cross.

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