VW Tera MPI vs. Citroën Basalt Feel: qual é o melhor SUV de entrada?
Cada vez mais populares, comparamos as fichas técnicas das versões com motor 1.0 aspirado

Aos poucos, o mercado de SUVs quer apagar o de hatches compactos. Para isso, já vamos versões com motor 1.0 aspirado para conquistar com preço em versões de entrada e, ao mesmo tempo, com a eficiência desse tipo de motor. Por enquanto, as únicas opções são o Citroën Basalt Feel 1.0 e o recém-chegado VW Tera MPI.
Além da motorização, ambos têm preços bem próximos, com R$ 103.990 no Volkswagen e R$ 100.490 do Citroën. Por isso, juntamos os dois modelos em suas versões de entrada para uma comparação de fichas técnicas e listas de equipamentos, analisando os pontos fortes de cada um.


Motor, câmbio e desempenho
Tanto o Tera MPI quanto o Basalt Feel oferecem conjuntos mecânicos voltados à economia, mas com calibrações e reações diferentes. O Volkswagen Tera aposta no motor 1.0 MPI de três cilindros aspirado, já conhecido da marca há alguns anos, com até 84 cv e 10,3 kgfm de torque quando abastecido com etanol. O câmbio é manual de 5 marchas, sem variações com transmissão automática nessa versão específica. A base é a plataforma MQB-A0, com tração dianteira.
O Citroën Basalt Feel também traz motor 1.0 aspirado e câmbio manual de 5 marchas, mas sua origem é o motor da família Firefly da Stellantis, com características similares de desempenho. Assim como no C3 e nos compactos da marca italiana, é capaz de render até 75 cv e 10,7 kgfm com etanol.

Motor MPI do Volkswagen Tera

Motor 1.0 Firefly do Citroën Basalt
Especificação | VW Tera MPI | Citroën Basalt Feel |
Motor | 1.0 aspirado, 3-cilindros | 1.0 aspirado, 3-cilindros |
Potência (E/G) | 84 / 77 cv | 75 / 71 cv |
Torque (E/G) | 10,3 / 9,4 kgfm | 10,7 / 10,4 kgfm |
0 a 100 km | 13,8 segundos | 14,1 segundos |
Consumo Etanol (Cidade/Estrada) | 9,1 km/l / 10,2 km/l | 9,2 km/l / 10,1 km/l |
Consumo Gasolina (Cidade/Estrada) | 13,2 km/l / 14,7 km/l | 13,2 km/l / 14,3 km/l |
Câmbio | Manual de 5 marchas | Manual de 5 marchas |
No desempenho, o Tera MPI entrega mais que o rival francês. No teste de aceleração de 0 a 100 km/h, segundo as montadoras, o Volkswagen cumpre a tarefa em 13,8 segundos, enquanto o Citroën Basalt Feel leva 14,8 segundos. Ambos são veículos voltados à economia, mas o Tera mostra mais agilidade.
No consumo, estão praticamente empatados. Pelos números do Inmetro, abastecido com etanol, o Tera registra 9,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada, contra 9,2 e 10,1 km/l do Basalt, respectivamente. Já com gasolina, o modelo da Volkswagen marca 13,2 km/l em ciclo urbano e 14,7 km/l em rodovia — levemente à frente do Basalt, que entrega 13,2 e 14,3 km/l nas mesmas condições. Em resumo, o Tera é mais rápido e um pouco mais eficiente, ainda que a diferença no consumo seja sutil.


Tamanho e proporções
O Citroën Basalt é maior em todos os sentidos. Com 4.343 mm de comprimento e entre-eixos de 2.645 mm, o SUV cupê da marca sa dá uma lavada no espaço interno em relação ao Tera, especialmente no banco traseiro. Seu porta-malas de 490 litros impressiona não apenas pelo volume, próximo ao de sedãs médios, mas também pela praticidade: a abertura da tampa é ampla e o vidro traseiro sobe junto, diferentemente dos três-volumes tradicionais.
O Volkswagen Tera, por outro lado, é mais compacto e urbano, tendo porte mais próximo ao de concorrentes tradicionais nessa categoria como o Fiat Pulse e o Renault Kardian. Oferece 4.151 mm de comprimento (19 cm a menos) e 2.566 mm de entre-eixos (menos 8 cm). O porta-malas de 350 litros está na média dos seus concorrentes, embora esteja longe do espaço oferecido pelo rival.


Essa diferença de proporções mostra que, mesmo concorrendo na mesma faixa de preço, os dois modelos apostam em propostas distintas. O Basalt foca principalmente na forma e função, oferecendo o máximo de espaço e na versatilidade para famílias, enquanto o Tera prioriza a praticidade no uso urbano, mas maior refinamento.
Medida | VW Tera MPI | Citroën Basalt Feel |
Comprimento | 4.151 mm | 4.343 mm |
Entre-eixos | 2.566 mm | 2.645 mm |
Largura | 1.777 mm | 1.821 mm |
Altura | 1.504 mm | 1.585 mm |
Porta-malas | 350 litros (VDA) | 490 litros (VDA) |


Interior e equipamentos
Ambos surpreendem positivamente na central multimídia: Tera e Basalt vêm com telas de 10” compatíveis com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O modelo da Volkswagen se destaca por ter digital de 8” já na versão MPI, algo raro entre rivais aspirados. Também traz piloto automático, faróis de LED e frenagem autônoma — itens difíceis de encontrar na faixa de R$ 100 mil.
O Basalt Feel, por sua vez, oferece digital de 7”, câmera de ré, retrovisores elétricos e vidros com função um-toque para todos os ageiros. No entanto, peca na simplicidade do acabamento, seguindo o mesmo padrão franciscano já visto no C3 e no Aircross. Em contrapartida, sua posição de dirigir é mais elevada, tentando emular a sensação de um SUV tradicional, o que agrada quem busca mais presença e visibilidade ao volante.

Vidros elétricos traseiros do Citroën Basalt ficam no console
Embora ambos se posicionem como SUVs compactos de entrada, o Tera se sobressai no pacote de segurança ao trazer, já de série, seis airbags, frenagem automática de emergência e controle de cruzeiro. O Basalt básico tem 4 airbags e nenhuma das tecnologias de auxílio à condução.
No geral, o Tera entrega mais tecnologia embarcada e recursos de segurança ativa, enquanto o Basalt aposta em conforto, ergonomia elevada e visual mais ousado por dentro, mesmo que com materiais simples.
Equipamentos principais | VW Tera MPI | Citroën Basalt Feel |
Multimídia | VW Play 10” com espelhamento sem fio | 10” com espelhamento sem fio |
de instrumentos | Digital 8” | Digital 7” |
Câmera de ré | Sim | Sim |
Faróis | LED | Halógenos |
Ar-condicionado | Sim | Sim |
Piloto automático | Sim | Não |
Vidros elétricos (todos) | Sim | Sim |
Retrovisores elétricos | Sim | Sim |
Airbags | 6 | 4 |
Frenagem autônoma de emergência | Sim | Não |


Design e proposta
O Citroën Basalt aposta em linhas mais retilíneas, com faróis divididos na parte dianteira. As curvas da carroceria e a traseira elevada reforçam o apelo visual de SUV cupê, lembrando a linguagem do Fiat Fastback, mas em um pacote mais ível. Nessa parte, o Basalt apela mais ao emocional, já que é o SUV cupê mais barato disponível hoje no mercado.
O Volkswagen Tera, por outro lado, segue uma linha mais racional, padrão nos carros da marca alemã. Seu desenho é limpo, com traços retos e proporções equilibradas, sem exageros. A dianteira é alta, enquanto os faróis e grade já trazem a nova identidade visual da marca, mais destacada. Na traseira, possui o mesmo arranjo dos primos Nivus e T-Cross, com uma moldura interligando as lanternas, mas não iluminada.
O Tera entrega uma estética mais funcional e discreta, enquanto o Basalt quer chamar atenção na rua trazendo o apelo já visto no primo da Fiat mas em uma embalagem mais econômica, funcionando dentro da linha tanto como um substituto natural para um sedã compacto como uma possível migração de alguém que tenha um hatchback.
Ou seja...
Mesmo custando praticamente o mesmo, Basalt Feel e VW Tera MPI entregam experiências distintas. O Citroën aposta no visual cupê e no porta-malas generoso. Em contrapartida, seu acabamento é simples e possui falhas de ergonomia consideráveis até mesmo para sua faixa de preço. Já o Tera tem mais tecnologia embarcada e a segurança ativa inédita na faixa de R$ 100 mil.
Para quem busca espaço e estilo, o Basalt pode agradar. Mas quem prioriza segurança, dirigibilidade urbana e bom pacote tecnológico desde a versão mais ível deve olhar com carinho para o Tera MPI.
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