Marca de elétricos da VW usará motores a gasolina nos EUA
Mas não do jeito que se imagina: motor térmico ajudará sistema elétrico a aumentar autonomia

Embora a preocupação com a autonomia esteja gradualmente se tornando menos problemática à medida que a tecnologia avança, ela continua sendo uma preocupação significativa para quem compra SUVs e picapes grandes com propulsão elétrica. O peso é o principal inimigo da eficiência e, consequentemente, da autonomia.
É por isso que as montadoras estão promovendo uma solução ''provisória'' até que os elétricos plenos se tornem totalmente viáveis e os consumidores se acostumem com eles. Até lá, a aposta será em um meio termo: Motores elétricos responsáveis por tirar o carro do lugar e um motor térmico somente para alimentar esses elétricos e aumentar a autonomia. São os EREV, sigla em inglês para veículos elétricos com extensor de autonomia.
SUV elétrico Scout Traveler
É exatamente esse tipo de propulsão que a Scout, a marca de elétricos que o grupo Volkswagen ressuscitou recentemente nos EUA, irá adotar. Com proposta similar à da Jeep, A Scout renasceu em 2022 e seus primeiros produtos devem aparecer até 2027.
A revelação veio através do diretor financeiro do Grupo Volkswagen, Arno Antlitz. Segundo o portal Automotive Bussiness, os utilitários serão equipados com motor de quatro cilindros fornecidos pela fábrica da VW em Silao, no México, que está em operação desde 2013. Anteriormente, o CEO da Scout, Scott Keogh, descreveu o extensor de autonomia como um "bom motor de quatro cilindros, pequeno e de alto rendimento". Quanto à sua localização, a unidade sem turbo será montada atrás do eixo traseiro. O diretor sênior de estratégia da Scout comentou que o motor térmico vai estar "tão longe que você não o ouve, não o sente, então você ainda tem a sensação de dirigir um elétrico silencioso".
Inicialmente, a marca retornará com dois modelos: a picape Terra, que terá carroceria sobre chassi, e o SUV Traveler. Ambos são projetados para percorrer 563 km na versão padrão 100% elétrica. Com o extensor, espera-se que eles atinjam a marca de 800 km, mas com 240 km de alcance puramente elétrico. Enquanto os modelos padrão virão com uma bateria estimada em 120 kWh, as versões equipadas com o extensor usarão aproximadamente metade dessa capacidade.
Scout Terra EV 2027
Em termos de desempenho, a Scout estima que a Terra e o Traveler acelerarão de 0 a 100 km em três segundos e meio. A versão com extensor de alcance aumentará esse tempo em um segundo. O motor VW de quatro cilindros não acionará as rodas diretamente; seu único objetivo é servir como gerador, recarregando a bateria em movimento.
A Scout está longe de ser a primeira a adotar um motor a gasolina como extensor de autonomia em um veículo elétrico. O Chevrolet Volt e o BMW i3 já ofereceram configurações do tipo na década de 2010, e a próxima Ram 1500 Ramcharger usará um V-6 maior na mesma função. A empresa controladora da Scout, a VW, planeja oferecer extensores de autonomia primeiro na China, antes de levar a tecnologia para a outros mercados.

Esses modelos Scout não entrarão em conflito com os produtos da Volkswagen, considerando que a Amarok de primeira e segunda geração não são vendidas nos Estados Unidos. Também é improvável que a recém-anunciada substituta do modelo de primeira geração feita na Argentina obtenha um visto americano. Além disso, a VW não tem um SUV off-road com carroceria sobre chassi em seu portfólio. Nada impede, entretanto, que a Scout vire uma marca de nicho em outros mercados.
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