Sem fábrica, Nissan explica como continuará operando na Argentina
Ricardo Flammini, presidente da Nissan Argentina, falou sobre a estratégia da marca agora que ela será uma importadora

Em coletiva de imprensa realizada pela Nissan na última quinta-feira (24/04), a marca japonesa anunciou pela primeira vez quais serão seus planos no país após anunciar que deixaria de produzir modelos no país vizinho. A montadora tinha uma forte aliança com a Renault, dividindo com a sa a planta de Santa Isabel (ARG) para produção de picapes. Entretanto, a nova estratégia global da marca mudou os planos.
O presidente da subsidiária local, Ricardo Flammini, foi o responsável pelo debate. Ele confirmou os planos da Nissan de se tornar uma importadora na região, com o primeiro modelo dessa nova fase sendo o SUV compacto Kicks de nova geração. Assim como no Brasil, o modelo terá papel de brigar com modelos mais refinados, deixando ao Kicks Play o papel de porta de o da marca na região.

"É um produto maior, mais tecnológico e mais caro do que o Kicks atual, que continuará a ser vendido com o nome Kicks Play. Por isso, vamos ter que trabalhar para informar às pessoas que tudo o que elas veem aqui custa mais."
Sobre a nova estratégia da Nissan, o executivo relembrou a fase de modelos que ficaram famosos por sua confiabilidade mecânica e preço mais ível, como March e Versa, mas que eram controversos em design. Desde 2021, a marca japonesa vem trabalhando para mudar essa percepção entre os clientes.
No entanto, os volumes pós-pandemia teriam sido bem abaixo dos esperados, com Flammini citando ainda a chegada de diversos concorrentes chineses e seu rápido crescimento no mercado latino-americano.
''Ninguém esperava que o crescimento das marcas chinesas fosse tão rápido. Isso afetou o preço das ações e levou à saída do presidente global. Estamos no meio de um processo de transformação de negócios, com as tarifas de Trump, o avanço das marcas chinesas e como cada marca tem que defender sua própria identidade nesse alvoroço da mídia e tanta concorrência.

Nissan Frontier Attack
Ainda falando sobre as mudanças da indústria automotiva nos últimos anos, o executivo falou mais sobre o cancelamento do projeto da nova Frontier produzida no país. Inicialmente, a picape deveria continuar sendo fabricada - e atualizada - na planta de Santa Isabel.
A ideia era que a Nissan argentina se tornasse Top 3 em todos os segmentos que atuasse. Os planos de melhoria de eficiência da marca globalmente, entretanto, foram decisivos para transferir o projeto para o México, onde os custos de produção são bem mais baixos.
"Acabamos de fazer um anúncio muito importante. A marca tem um novo plano para melhorar sua eficiência, onde 20% de sua capacidade de produção é reduzida, para reduzir a força de trabalho global em 9.000 pessoas. Isso não tem nada a ver com uma questão de como o país, a economia ou a política estão indo, é uma decisão global da Nissan. A picape continuará a ser importada do México e terá continuidade no futuro.
Quando questionado sobre a gestão do governo Javier Milei, o executivo foi otimista. A eliminação do ''imposto do luxo'', que incide sobre veículos de alto valor e modelos híbridos ou elétricos na faixa entre US$ 39.000 e US$ 71.000 e a diminuição de 35% para 18% motivou a marca a investir em novas faixas de modelos . Ainda que esses tenham menor volume e não sejam fabricados na Argentina.
Essa medida abriu espaço para a japonesa pensar em sedãs como o Altima e SUVS como a linha X-Trail, Murano e Armanda e o esportivo Nissan Z, mas nada está definido ainda. "Estamos pensando em trazer alguns modelos para a Argentina para construir a imagem da marca. Sabemos que a Nissan tem modelos muito emblemáticos em seu portfólio, com sedãs de luxo, SUVs de luxo e também modelos esportivos. Ainda não definimos quais deles levaremos ao mercado.
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