Fusão entre a Honda-Nissan causa decepção na Toyota
Akio Toyoda, ficou desapontado depois da coletiva de imprensa conjunta realizada pelas conterrâneas

Akio Toyoda ingressou na Toyota em 1984. Como CEO por mais de uma década antes de deixar o cargo em 2023 para se tornar presidente do conselho, ele desempenhou um papel crucial na ascensão da Toyota ao domínio global. Em 2024, a empresa japonesa, fundada por seu avô Kiichiro, foi a maior montadora do mundo pelo quinto ano consecutivo.
Aos 68 anos, Toyoda está mais do que qualificado para falar sobre o que funciona e o que não funciona no setor. Em uma entrevista ao site Automotive News, o veterano forneceu informações sobre o fracasso da fusão entre a Honda e a Nissan. Na coletiva de imprensa conjunta realizada em 23 de dezembro de 2024, que também incluiu a Mitsubishi, as partes envolvidas não mencionaram o que Toyoda acredita ser o mais importante: carros.

"Na coletiva de imprensa que se seguiu, fiquei bastante desapontado ao ouvir o que eles falaram. Porque eles não falaram nada sobre os produtos".
Em vez disso, o memorando de entendimento entre a Nissan e a Honda estava repleto de palavras-chave como "sinergias" e "integração de negócios", com o objetivo de transformar a base industrial do Japão em uma "empresa líder em mobilidade global". Para ser justo, o memorando mencionou planos para padronizar plataformas de veículos e compartilhar modelos entre as duas montadoras, mas sem nenhum detalhe específico sobre o mais importante: carros.
A Nissan já abordou a ausência de conversas sobre produtos durante a coletiva de imprensa. No início desta semana, a empresa revelou um roteiro abrangente de produtos, exibindo os novos Leaf e Micra, totalmente elétricos, enquanto divulgava vários modelos futuros. Um novo sedã Sentra e uma linha expandida da Infiniti estão no horizonte. A estratégia também afetará o Brasil, com a Nissan Frontier recebendo apenas uma reestilização - não uma nova geração - em 2026 e com o anúncio de que a marca deixará de produzir na Argentina. Com isso, a picape deve começar a ser importada do México no ano que vem.
Voltando à fusão, cancelada entre a Honda-Nissan, Toyoda também lançou dúvidas sobre os benefícios da fusão caso o negócio fosse concretizado:
"Você conhece algum exemplo em que houve uma consolidação de empresas e elas tiveram um grande sucesso em termos de competitividade? O simples fato de ter volume não significa necessariamente que você seja forte. A curto prazo, você pode ver alguns impactos positivos. Mas, a longo prazo, pode ser muito difícil chegar a um estado em que todos digam que estão felizes por terem se unido."
Um dos maiores problemas que fizeram com que o negócio fracassasse apenas dois meses após o anúncio foi o desejo da Honda de transformar a Nissan em uma subsidiária, em vez de criar uma fusão igualitária.
Pode-se argumentar que a consolidação de várias marcas deu muito certo para seu maior rival, o Grupo Volkswagen. Ainda é cedo para afirmar o mesmo da Stellantis, mas os problemas iniciais são evidentes, especialmente após a súbita renúncia do CEO Carlos Tavares. Não é novidade para a Toyota ter várias marcas sob o seu grupo corporativo, tendo transformado a Daihatsu em uma subsidiária integral em 2016. Ela também é proprietária da Lexus, fundada em 1989. Além disso, a fabricante de veículos comerciais Hino tornou-se uma subsidiária da Toyota em 2001.

A Toyota ainda tem alianças com várias montadoras japonesas. Em 2024, ela uniu forças com a Mazda e a Subaru para desenvolver motores de combustão mais eficientes e eletrificados. A maior montadora do mundo tem uma participação de 20% na Subaru, uma fatia de 5,1% na Mazda, uma participação de 4,9% na Suzuki e também possui 4,9% da Isuzu, também japonesa.
Toyoda ressalta que o volume pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Ele deve saber disso, pois a Toyota vendeu 10.821.480 unidades em 2024, incluindo as entregas de suas subsidiárias Lexus, Daihatsu e Hino. A empresa permaneceu como líder incontestável, apesar de uma queda de 3,7% em relação ao ano anterior. No entanto, gerenciar a produção e as vendas em uma escala de 10 milhões de carros por ano "torna-se realmente problemático".
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Fonte: Automotive News
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