Teste: Fiat Fastback Hybrid 2025 convence mesmo é no emocional
Consumo até melhora, mas o design segue seu principal destaque

O Fiat Fastback nasceu em 2022 e já polêmico por seu design ousado - ou duvidoso, dependendo do ponto de vista - que dividiu opiniões. Assim como o VW Nivus, encontrou um público que procurava o estilo do SUV-cupê, mas nem de perto chegaria de ter um BMW X4 ou X6, por exemplo, e já emplacou quase 100 mil unidades desde então.
Por isso que foi um dos escolhidos, ao lado do Pulse, para estrear o sistema híbrido-leve nacional da Stellantis. De cara, se tornou polêmico pela questão "híbrido ou não?", mas na prática, como se comporta? Para este teste, convocamos o Fiat Fastback MHEV Impetus, a versão topo de linha que pode ser seu por R$ 165.990, ou R$ 3 mil a menos que a versão com o 1.3 turbo e R$ 6 mil a mais que a Impetus 1.0 turbo sem o sistema eletrificado.

Híbrido, pero no mucho
Ao contrário dos híbridos plenos, que podem rodar no modo elétrico, o sistema híbrido-leve atua apenas como e ao motor a combustão. Ele combina o 1.0 turbo T200 flex (125/130 cv e 20,4 kgfm) a um motor elétrico de 3 kW (4,1cv) e 1 kgfm de torque, que substitui o alternador e o motor de arranque, auxiliando nas partidas e retomadas. A energia é armazenada em uma bateria de íon de lítio (11 Ah), gerenciada pelo módulo DBSM (Dual-Battery Switch Module), que conecta e desconecta as duas baterias de 12V conforme necessário.
Na prática, o funcionamento é tão discreto que beira o imperceptível. O pequeno motor elétrico alivia minimamente a carga do motor a combustão em situações específicas, como arrancadas e pequenas acelerações, mas não chega a tracionar o veículo sozinho. Comparada a sua versão tradicional, a diferença é sutil. A transição entre os sistemas é suave (ou melhor, quase imperceptível), e o câmbio, que se mantém o CVT de sete marchas simuladas, trabalha bem com o conjunto, garantindo respostas ágeis e evitando a sensação de ''liquidificador''' presente em alguns carros com esse tipo de transmissão.

O sistema MHEV também melhora o start-stop, tornando as retomadas um pouco mais suaves, mas nada que justifique o entusiasmo que a marca emprega em suas campanhas. Além disso, não há um botão para desligá-lo, o que pode irritar alguns motoristas. No , a grande novidade é a instrumentação digital, exclusiva da versão Impetus, que exibe o fluxo de energia entre motor, bateria e regeneração, mas a interface poderia ser mais intuitiva.
Ao volante, pouco muda
Dirigir o Fastback Hybrid é como reencontrar um velho conhecido. Apesar da bateria do sistema híbrido-leve, localizada sob o banco do motorista, fazer com que o condutor se sinta um pouco mais alto do que o esperado, afetando a ergonomia (especialmente para os mais altos), a experiência de condução segue a mesma, sem grandes surpresas.

Como é tradição na Fiat, a suspensão prioriza o conforto. As reações em curvas são equilibradas, longe da esportividade que o design pode sugerir, mas ainda assim é difícil fazer o carro escapar. Os pneus 215/45 R18, mais largos e de perfil baixo, ajudam na estabilidade, mas acabam penalizando o conforto, transmitindo mais impactos da via para a cabine.
O Fastback mantém a robustez característica da marca, com uma altura livre do solo de 19,2 cm – mesma das versões convencionais –, o que permite ao SUV encarar valetas e saídas de garagem das grandes cidades sem grandes preocupações, o que realmente importa para uma boa parcela dos compradores de qualquer modelo deste segmento.

No consumo, embora o sistema MHEV prometa maior eficiência – e até entregue uma leve melhora –, os ganhos são mínimos. Na cidade, registramos 9,7 km/l com etanol, contra 8,9 km/l da versão convencional e 8,8 km/l declarados pela Fiat. Já na estrada, a diferença foi mais significativa: 13,8 km/l frente aos modestos 9,8 km/l informados pela marca. Para um sistema "híbrido", esperávamos mais.
Vale a pena?
Pagar R$ 6.000 a mais pelo Fastback Hybrid significa levar para casa um carro que se vende como híbrido, mas que, na prática, entrega pouco além do marketing. A tecnologia embarcada não resulta em uma economia expressiva de combustível, e o desempenho segue praticamente o mesmo da versão convencional. Levar um 1.3 turbo pode ser mais interessante se quiser gastar mais ou ficar só no T200 tradicional mesmo.
Além disso, o cenário regulatório não favorece tanto assim o modelo: alguns estados já estão revendo os descontos no IPVA para híbridos-leve, reduzindo ainda mais o apelo econômico do Fastback Hybrid. No fim das contas, a escolha aqui é muito mais emocional do que racional. Se o desejo é ter um “híbrido” na garagem para contar vantagem no churrasco de domingo ou na mesa do bar, vá em frente. Mas se a intenção for, de fato, consumir menos combustível e rodar de forma mais eficiente, talvez este ainda não seja para você.
Fiat Fastback T200 MHEV
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