Com fim do Cactus, Citroen mata C4 no país; relembre história
Apresentado pela 1ª vez em 2004 como sucessor do Xsara, linha C4 já foi sedã, hatch e cupê

Lançado em 2018, numa fase difícil para o então grupo PSA - Peugeot Citroën, o C4 Cactus nasceu com a dura missão de carregar o nome que designou durante anos o modelo médio da marca. Ainda que o SUV fosse compacto, concorrente de Volkswagen T-Cross, Honda HR-V, Ford Ecosport e outros, o Cactus representou um último suspiro dos carros não convencionais da marca, já que apostava no visual diferenciado e no motor THP 1.6 como grandes diferenciais.
Durante seus 6 anos à venda no país, o Cactus viu o fim da linha de importados da marca, que eram representados pelas minivans de 5 e 7 lugares C4 Picasso e Grand Picasso, do sedã C4 Lounge, da segunda geração do C3 - ainda alinhada com o modelo europeu - e da primeira geração do Aircross, um derivado aventureiro da minivan C3 Picasso que assumiu seu posto.

Citroën C4 Cactus THP Shine Pack
Mas a história da linha C4 é bem mais longa, vindo de quase 20 anos atrás, quando a marca sa buscava um sucessor para um dos seus modelos de maior sucesso, o Xsara, produzido entre 1997 e 2006. Na sua época, o modelo tinha linha completa, com hatch de 3 e cinco portas, uma perua (chamada de Break) e a minivan Xsara Picasso, que teve a responsabilidade de ser o primeiro modelo da sa fabricado no país.

C4 Coupé feito para o Campeonato Mundial de Rali, o WRC
C4 WRC
Em 2004, a Citroën apresentou pela primeira vez no Salão de Genebra daquele ano a linha C4 - nesta década, a marca estava trocando seus nomes por números, sempre começados com C - com um modelo conceito chamado de C4 WRC Concept.
Nessa altura, a marca competia o campeonato de WRC com o Xsara, que já começava a mostrar sinais de idade, principalmente com o lançamento do Ford Focus de primeira geração. O rival era guiado pelo já falecido piloto escocês Colin McRae, considerado uma lenda das pistas - e que virou até nome de jogo.

C4 WRC

Focus WRC
Pilotado pela dupla Sébastien Loeb e Daniel Elena, o então novo carro da marca conquistou 37 vitórias em ralis. Entre 2007 e 2010, o C4 WRC conquistou 3 títulos de Campeão do Mundo de Construtores, 4 títulos de Campeão do Mundo de Pilotos e 4 títulos de Campeão do Mundo de Copilotos.

C4 Coupé VTR marcou época pelo seu design incomum
O C4 das ruas
Apresentado naquele mesmo 2004, durante o Salão de Paris, trazia muitos detalhes do seu protótipo de rali, mas agora com carroceria de 5 portas. Na época, seu design futurista era destaque, trazendo diferenciais como o volante com cubo fixo, onde só o aro girava, mantendo o airbag sempre na mesma posição mesmo em caso de acidentes, além de um totalmente digital presente no centro do , como no Xsara Picasso. Havia ainda um curioso cartucho de perfumes ambientes, que não era exatamente prático e em pouco tempo deixou de ter refil presente no mercado.
No design externo, o modelo apresenta faróis do tipo bumerangue, que contavam com uma de luz de posição, na lateral, além de trazer design arredondado e cheio de vincos. Seu coeficiente aerodinâmico era de apenas 0,29. Depois do hatch de 5 portas, a marca apresentou ainda dois modelos, o Coupé de duas portas e o sedã, que tinha duas versões: uma mais curta, chamada de C-Quatre, e um modelo maior, chamado de C-Triomphe na China, e que ganhou vários mercados - como o brasileiro - com o nome de C4 Pallas.

C-Quatre chinês, opção menor do Pallas com visual inspirado no C5

C4 Pallas, de 2007, era sedã médio esticado baseado no Citroën C-Triomphe chinês
O primeiro a chegar no Brasil foi o modelo Coupé, chamado por aqui de VTR, importado da França. Seu diferencial era o design com janela dupla na traseira, enquanto na motorização trazia motor 2.0 16v (EW10A) de 143 cv, 20 kgfm de torque e câmbio manual de 5 marchas. Curiosamente, apesar de seu visual, era menos potente que o Xsara VTS que substituiu. No modelo antigo, o motor XU10J4RS trazia 167 cv e 20,1 kgfm. De 2006 a 2009 foram vendidos cerca de 4.000 unidades do VTR.
Em 2007 chega o sedã C4 Pallas, que se destacava pelo seu tamanho, próximo de modelos grandes. O modelo ostentava 4,77 m de comprimento, entre-eixos de 2,71 m e um porta-malas de gigantescos 580 L. Como comparação, um Honda Civic da mesma época, tinha 4,48 m de comprimento, entre-eixos de 2,70 m e porta-malas de apenas 340 L.

Citroën C4 Pallas teve propaganda com Jack Bauer e já foi carro de protagonista de novela
Foi lançado com toda pompa pelo então presidente da marca no país, Sérgio Habib, que foi responsável pela chegada da marca nos anos 1990 e que criou uma imagem de sofisticação que a Citroën nunca teve em nenhum outro país, já que em outros mercados sempre esteve abaixo da Peugeot. Entre suas campanhas, destaque para o comercial de lançamento com o ator Kiefer Sutherland, que na época deu vida à Jack Bauer, agente especial da série ''24 horas''.
A marca também atuou forte em campanhas publicitárias nas novelas da época, colocando o sedã como carro do personagem principal da novela ''Paraíso Tropical'', da TV Globo, exibida de 5 de março até 28 de setembro de 2007.
Entretanto, não foi o suficiente para melhorar a imagem do modelo - e da marca - no país, já que trazia sob o capô apenas o motor 2.0 16V (EW10) em versões com câmbio manual de 5 marchas ou automático de 4 marchas, usando a problemática transmissão AL4. Suas versões eram eram divididas entre GLX, Exclusive e Exclusive Pack. Durante os anos de 2007 até 2013, o modelo emplacou cerca de 61.722 unidades.

Hatch de 5 portas chegou em 2009 e durou pouco
Em 2009, com o fim do VTR, a marca começava a oferecer o hatch de 5 portas, diferente das outras carrocerias, trazia opção de motor 1.6 16v flex (TU5JP4), o mesmo utilizado em C3 e na linha Peugeot, completava a linha ainda o mesmo 2.0 do sedã, também com câmbio manual e o automático AL4.
Nas dimensões, o modelo tinha 4,26 m de comprimento(quase 50 cm a menos que o Pallas), enquanto o entre-eixos contava com 2,60 m (cerca de 11 cm a menos que o sedã), e enfrentava modelos já ultraados presentes no segmento de médios, como o Volkswagen Golf, que ainda estava na sua quarta geração reestilizada, o Fiat Stilo e o Chevrolet Astra, todos modelos que já não eram mais vendidos em outros mercados. Durante 2009 e 2013, o modelo emplacou 47 mil unidades.

Citroën C4 Lounge
Em agosto de 2013, chega o sedã C4 Lounge, a segunda geração do modelo, fabricada na Argentina, mudou completamente. Agora menor e mais próximo de outros sedãs médios, trazia 4,62 m (cerca de 15 cm a menos) de comprimento e entre-eixos de 2.710 m.
Na motorização, trazia inicialmente o motor 2.0 16v (EW10A), agora com opção de câmbio automático de 6 marchas, e o 1.6 THP, um motor de origem BMW com turbo e injeção direta, que produzia 165 cavalos e e torque de 24,5 kgfm. O motor turbo caiu tão bem no modelo que virou padrão na linha, a partir da linha 2016, já como flex, produzindo 173 cv e 24,5 kgfm ligado ao câmbio automático de 6 marchas.
Em 2017, recebeu sua primeira e única reestilização, ganhando dianteira igual a do C4 chinês, enquanto no interior ganhava digital e uma nova multimídia, que integrava o sistema de ar-condicionado. Foi vendido até 2020, com 27.768 unidades emplacadas desde seu lançamento.

Citroën C4 Lounge 2019

Citroën C4 Cactus
A partir de 2018, a Citroën começava sua mudança de filosofia no país, com o lançamento do Cactus, um SUV compacto bem menos excêntrico que seus antigos modelos, o modelo apostava no motor 1.6 THP e sua posição de dirigir mais próxima de hatchback, contando somente com tração 4x2 em todos os mercados que foi vendido. Após o fim da segunda geração do C3 e a primeira do Aircross, foi o único carro de eio disponível no showroom da marca até o lançamento do novo C3, no fim de 2022.. Durante os 6 anos em que esteve presente no mercado brasileiro alcançou 70.962 unidades.
Lá fora, C4 continua e tem design cupê

C4 de segunda geração era menos excêntrico
Após o fim da primeira geração do coupé e do hatchback, em 2010, o modelo recebeu uma nova geração, agora baseada no C4 Lounge, enquanto o coupé foi indiretamente substituído pelo DS4, da submarca de luxo DS. Trazia 4,33 m de comprimento e 2,61 de entre-eixos, enquanto no visual seguia design mais tradicional, sem as extravagâncias da primeira geração.
Durou até 2020, quando a Citroën unificou a linha Cactus e o C4 hatchback, criando um só modelo: um SUV-cupê com inspiração nas linhas traseiras do antigo C4 Coupé, tendo 4,36 m de comprimento e 2,67 m de entre-eixos, o que o deixava 19 cm mais longo e com entre-eixos 7 cm maior que o Cactus. Na motorização, o modelo oferecia versões a gasolina e diesel e um elétrico, chamado de ë-C4.

Citroën C4 (2025)
Sem ousar como no ado, o modelo já faz parte da nova filosofia da Citroën no mundo, que agora tem posicionamento de entrada. Algo que ficou mais claro com a chegada da atual geração do C3.
Como fica a linha nacional

Citroën Basalt Fist Edition 2025

Citroën C3 Aircross Shine T200
Com o fim do Cactus, a Citroën irá focar nos modelos C3, Basalt e Aircross, frutos da linha C-Cubed. Os modelos são projetos globais, feitos em parceria com a divisão da marca na Índia. Os três modelos utilizam a plataforma CMP, compartilhada com o Peugeot 208.
Na parte de motorização, os modelos também compartilham motores com outros modelos da Stellantis, utilizando o 1.0 Firefly aspirado e câmbio manual de cinco marchas e o 1.0 GSE T200, com turbo, que rende até 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque quando abastecido com etanol. No câmbio, utilizam um câmbio CVT com simulação de 7 marchas. A marca ainda continuará investindo nos seus veículos comerciais, onde encontrou sucesso com a linha Jumpy e Jumper, além do elétrico e-Jumpy,
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